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SZS Comunicação
Um projeto de iniciação científica da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde (FCMS) da PUC-SP avalia os efeitos da musicoterapia em pacientes com doenças crônicas. A pesquisa é conduzida pelos estudantes de Medicina Ana Luiza Barth Pires e Thiago Henrique Flório, respectivamente, do 4º e 5º anos, sob orientação do professor Eduardo Borges Coscia.
O estudo foi desenvolvido em três frentes. A primeira investigou de que forma a musicoterapia pode contribuir para o desenvolvimento, nos estudantes de Medicina, de habilidades de comunicação, trabalho em equipe e atendimento humanizado. A segunda buscou compreender a percepção de funcionários de duas instituições de saúde, analisando como as intervenções musicais podem interferir positivamente no cotidiano de trabalho. Já a terceira avaliou a visão dos próprios pacientes, identificando quais benefícios eles percebem — ou não — durante o tratamento.
Coscia, que também é responsável pelo Serviço de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia da Disciplina de Ginecologia do Departamento de Reprodução Humana e Infância da FCMS, explica que o projeto teve início há um ano, em duas clínicas: o Instituto de Hemodiálise de Sorocaba, especializado no atendimento a pacientes renais crônicos, e a Luthes Radioterapia, que trata pacientes oncológicos em radioterapia.
A etapa final do trabalho ocorreu em 8 de agosto, com uma apresentação musical que emocionou estudantes, músicos voluntários, funcionários das clínicas, pacientes e o próprio docente da FCMS.
Ana Luiza
♦ “Notamos mudanças no semblante e melhoria na comunicação entre pacientes e funcionários, assim como um aumento nos níveis de atenção.”
♦ “Querendo ou não, as intervenções deixaram a rotina profissional e o dia do tratamento mais leves.”
♦ “Para nós, estudantes, foi uma experiência muito enriquecedora. A música sempre fez parte do meu dia a dia, mas, agora, consegui associá-la à medicina.”
♦ “Presenciamos algumas cenas emocionantes, como, por exemplo, a de um paciente concluindo seu tratamento e tocando o sino que simboliza essa conquista.”
♦ “O que me tocava bastante era olhar nos olhos dos pacientes. Muitos se emocionavam durante as apresentações e, às vezes, choravam, pois executávamos músicas que foram importantes para eles.”
♦ “Foi uma experiência que levarei para sempre.”
Thiago
♦ “Conseguimos identificar um impacto bastante positivo nos pacientes, principalmente no aspecto emocional. Esta conclusão se baseia nas respostas às perguntas sobre seus sentimentos antes e após a intervenção musical.”
♦ “Percebemos que elementos e situações que, às vezes, julgamos pouco relevantes — como chegar a um lugar e encontrar uma música tocando — podem se tornar algo direcionado e bastante importante para pessoas que passam por um momento difícil.”
♦ “Dá para ter uma noção de como isso poderá se tornar algo que me ajudará [quando atuar como médico] no tratamento dos pacientes.”
♦ “Tenho 95% de certeza da especialidade que escolherei após concluir a graduação. É uma área que, muitas vezes, lida com pacientes em tratamentos mais prolongados. É muito válido saber que temos formas de ajudar não só com remédios e exames, mas também com um elemento mais humanizado.”
Professor Eduardo Coscia
♦ “O projeto me permitiu unir minhas profissões de médico e professor universitário à música, atividade que pratico desde a infância.”
♦ “A musicoterapia é uma atividade com amplo apoio da comunidade científica pelos benefícios psíquicos que proporciona a pacientes em ambientes de tratamento, como clínicas e hospitais.”
♦ “Foi extraordinário observar os efeitos que a intervenção musical gerou em cada atividade. Eles se refletiram em médicos, equipes multidisciplinares, pacientes, acompanhantes e até em nós mesmos, muitas vezes nos surpreendendo com momentos de emoção.”
♦ “Fiquei encantado com a oportunidade de trabalhar em equipe com meus alunos. A musicoterapia é o que aparece para o público, mas, por trás de cada evento, houve planejamento, escolha de repertório, ensaios, pesquisa bibliográfica e muito aprendizado para levar a música a ambientes onde cada paciente vive uma situação clínica e emocional única. Prezamos muito pelo respeito a cada um deles e por transmitir, em cada detalhe das apresentações, o amor com que foram preparadas.”
♦ “Que Sorocaba seja uma cidade onde músicos, artistas, palhaços, instrutores de meditação e atividades relacionadas façam parte da rotina de clínicas e hospitais, levando alívio, sorrisos e paz a profissionais de saúde e pacientes, ainda que por alguns instantes.”